Será que a criança que você foi teria orgulho de quem você é hoje?
Vivemos tentando agradar todo mundo, mas já parou para pensar no que a criança que você foi um dia pensaria sobre quem você se tornou?
Tópicos: autoconhecimento, sucesso, desenvolvimento pessoal, propósito
Vivemos em um mundo onde agradar os outros parece ser a maior prioridade. Seja o chefe, os colegas de trabalho, a pessoa com quem nos relacionamos, a família ou os amigos – estamos sempre em busca de aprovação. Parece que nunca há descanso nessa jornada de corresponder às expectativas.
Mas, essa semana, li algo que me fez parar e refletir: "Ninguém torce mais por você do que a criança que você foi um dia. Não pare até ela se orgulhar."
A frase ficou ecoando na minha cabeça. Comecei a pensar: o que será que a criança que eu fui pensaria sobre o adulto que me tornei? Será que ela estaria orgulhosa? Felizmente, acredito que sim! Consegui conquistar muitas das coisas que aquela criança sempre sonhou, e estou caminhando para conquistar as que faltam. Mas, além das conquista, acredito que o maior orgulho dela seria eu ter mantido a minha essência!
Quando somos crianças, enxergamos o mundo com olhos curiosos e livres. Não temos a menor ideia de como as coisas funcionam, mas também não nos preocupamos tanto. Experimentamos, erramos, misturamos, criamos. Não importa se a camisa está amassada ou se a combinação de cores “não faz sentido”. Para uma criança, tudo é um convite à brincadeira e à descoberta. Mas aí o mundo começa a nos moldar.
Pouco a pouco, aprendemos o que “não pode”. Descobrimos que certas roupas “não combinam”. Que os pratos devem ficar na cozinha, e não na sala. Que rir alto em alguns momentos é feio. Não é que estamos aprendendo; estamos sendo ajustados a um padrão, uma expectativa invisível que se arrasta há gerações, com leves retoques ao longo do tempo.
E nessa adaptação, nossa criança interior vai ficando de lado. Afinal, ela está sempre “errada”. O foco agora é agradar os outros. O chefe precisa ficar orgulhoso, porque só assim chega a promoção. A família tem que se orgulhar, ou as críticas vão dominar o churrasco de domingo. Os amigos precisam nos ver como bem-sucedidos, ou corremos o risco de parecer que estamos “ficando para trás”.
E, aos poucos, nos tornamos chatos. Sim, chatos. Aquele brilho que carregávamos na infância começa a desaparecer. Tornamo-nos pessoas sérias, focadas, bem-sucedidas – afinal, é isso que esperam de nós. E nessa seriedade toda, a gente para de brincar. Não porque crescemos, mas porque esquecemos como é se divertir sem medo do julgamento.
Mas e se parássemos por um momento? E se perguntássemos: "O que aquela criança de 5, 8 ou 10 anos pensaria de mim agora?" Será que ela ficaria orgulhosa das escolhas que fizemos? Será que ela se encantaria com o adulto que nos tornamos? Ou será que nos acharia chatos, engolidos pela rotina e pelas expectativas?
A verdade é que agradar todo mundo é impossível. Sempre haverá alguém para apontar o dedo ou questionar nossas escolhas. Mas existe uma pessoa que importa mais do que todas: a criança que ainda vive dentro de nós. Aquela que sonhava grande, que ria alto, que achava graça em coisas simples e não tinha vergonha de ser quem era.
Resgatar essa criança não significa largar as responsabilidades ou viver sem propósito. Significa lembrar que ser sério o tempo todo não é sinônimo de ser bem-sucedido. Significa permitir-se errar, rir, brincar, e, principalmente, ser fiel ao que nos faz felizes.
Se hoje você sente que o peso das expectativas está apagando o seu brilho, talvez seja hora de fazer uma pausa. Olhe para dentro. Pergunte à sua criança interior: “O que te deixaria orgulhosa de mim hoje?” Porque, no final das contas, ninguém torce mais por você do que ela. E ninguém merece mais sua aprovação do que você mesmo.